O ESTRANHO
Gente indo, gente vindo
Caras estranhas
Pessoas rindo, cães latindo
Repentinamente o escuro cai
Sob o sol ardente
Homens andando, mulheres passando
Na pressa do dia-dia
Crianças chorando, os loucos gritando
Repentinamente o escuro cai
Sob o sol ardente
Agora, sou o estranho
O louco, o doente
Como se não reconhecesse mais
O meu próprio mundo
Os amigos já não importam
As mulheres já não interessam
O álcool já não entorpece mais
Nicotina já não consola
As canções já não comovem
Apenas entediam
A esta altura, só o travesseiro dá alento
No quarto escuro
Sob a meia-luz da TV
Que ajuda a tentar vencer a insônia