Não venho de mãos vazias, eu trago para oferta-te
Este punhado de terra que é parte de nossas vidas
As minhas mãos estão cheias de coisas que são segredos
Veja a alma desta gente, que revive entre meus dedos
Eu trago o fardo pesado das coisas da minha terra
A campanha com seu gado e essas lavouras da serra
Potros com força no lombo pra derrubar o domador
E ginetes pra esses potros que'inda existem sim senhor
E ginetes pra esses potros que'inda existem sim senhor
Nas minhas mãos há presente, porque o passado não cabe
Talvez o mundo arrebente, talvez o mundo desabe!
E o futuro desta gente? Ninguém sabe!
E o futuro desta gente? Ninguém sabe!
Lavradores, trançadores, pessoal de campo e patrão,
Junta de bois e tratores, tudo vem nas minhas mãos
A fartura das estâncias, e ao lado delas a fome
Casa grande, rancho pobre, família embaixo da ponte
Nas minhas mãos a querência e essas misérias do homem
Que não são coisas de ontem, são de hoje, são de hoje,
Nas minhas mãos a querência e essas misérias do homem
Que não são coisas de ontem, são de hoje, são de hoje
Nas minhas mãos há presente, porque o passado não cabe
Talvez o mundo arrebente, talvez o mundo desabe!
E o futuro desta gente? Ninguém sabe!
E o futuro desta gente? Ninguém sabe!