Nem sei por onde começar;
Não sei qual caminho seguir;
Qual estrada trilhar.
Ninguém me mostrou o caminho certo.
Se devo seguir o Sol ou a Lua,
As estrelas ou as conchas;
As folhas ou as pedras;
Água e terra,
Ar e fogo,
Dentro de mim.
Eu gostava de alguém,
Mas ela diz não saber meu nome.
Então fiquei sem um porto;
Totalmente à deriva;
À espera de quem não vem.
Você não chega para me amparar.
Passa ao meu lado a sombra de um desejo insaciável;
Respiração ofegante,
Batidas a se expandir;
Um segundo dentro de uma hora,
Ou um mês dentro de um dia.
Este Anjo que flutua no ar,
De cabelos negros como o vazio.
Não ouso olhar em seus olhos, ver sua alma nua!
E revelar meus segredos mais terríveis.
Você não chega para me acalmar.
Estou confuso demais,
Mas você me encontrara;
Me levara para fora,
Para o mundo de verdade.
Pareço ter perdido meus medos de criança;
Mas de que adianta se achei dentro de mim,
Outros ainda maiores?!
Qual é o meu limite?
Será que tenho um?
Até onde posso chegar?
Será que onde quiser?
E quando eu tiver chegado?
Será que estarei satisfeito?
Pronto a entregar meu corpo aos saprófitos?
Irei querer voltar no tempo?
Você não chega para me guiar.
(Vou ser efêmero como Dorian Gray;
Vou estar remoto a Lolita como Humbert Humbert;
Vou prezar pela desordem como Hercule Poirot;
Vou ambicionar o termo para Rosa como Petit Prince).
Talvez assim vejas quem não sou!
Vejas que não irei longe sem você!
Ninguém me mostrou o caminho das nuvens;
Mas você sabe onde o Sol se esconde e faz seu ninho
Para amanhã renascer no horizonte como Fênix!
Você me mostrara o verdadeiro lado negro da Lua;
E dividiremos de nossas toscas imperfeições!
Batizaremos cada uma das estrelas do espaço;
À prova de todo o nosso empenho!
Acolheremos conchas em nossos berços;
E veremos as ondas virem lamber a praia!
Ampararemos a primeira folha ao cair da estação;
Como um sinal de boa sorte!
Escolheremos dentre armas e bombas as pedras mais
puras;
Para santificá-las em nosso Templo.