O amor é um gato escorregadio
Um bagre ensaboado
Um corpo esguio
Paletó desabotoado
Bilhetes rasgados no meio-fio
O amor é desavergonhado
Faz do homem pleno e vazio
Sonho erigido, verso rimado
É passageiro de muito navio
No bolso passaporte carimbado
Mambembe malandro e vadio
Por quem meu coração vive derramado
No leito desse rio!
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