Passeando pelas ruas da cidade
De um bairro nobre do lugar onde eu nasci
No jardim de uma mansão vi um arado
Parei meu carro e na hora estremeci.
Pensei comigo esse arado já foi meu
E pelo cabo foi que eu reconheci.
Cabo torto já lascado e quebrado
Esta do jeito que na roça te deixei
Foi um soco na raiz da perobeira
Num solavanco foi aí que te quebrei;
Você saiu com os danos materiais
Infelizmente eu ai m machuquei.
Do roçado fui levado para casa
Com muita dor muito mal então passei
Minha sorte foi o dito benzedor
Como veio em minha casa eu não sei;
Foi me benzendo com nozinhos num barbante
Foi assim que mais tarde melhorei.
Os bois que puxavam o arado,
Foram achados bem distante nos confins;
Arado velho, estou te olhando emocionado.
Sinto seu bico cavocar dentro de mim.
Mais o destino te deu por recompensa
Todo branco enfeitando este jardim.
Aqui devem revoar os colibris,
Que fazem ninho ao redor desta mansão.
Foste igual aos passarinhos do passado,
Que te rodeavam nas galhadas do sertão;
Arado velho que me fez sentir saudade
Você mexeu o meu fraco coração.