Refrão
Na humildade a gente vem,
só cachorro magro, nesta banca tem,
sem querer ser mió,mió, nem pió, pió,
diferente só, e nada de rococó.
Sou eu o bicho de estimação de macunaíma,
sigo esta missão, sossegado na minha rima,
a vira-lata astúcia do anti-herói,
que não dá boi, pra pitbull nem bad boy,
não vou latir f.d.p. pra aparecer,
nem agredir pra conseguir meu pedigree,
quem paga de chocar é galinha no ninho,
mas eu chego na miúda que nem Zeca pagodinho,
sou cachorro que gosta das gatas,
só me afasto de conversinhas gastas,
na minha lista, manos de verdade,
deixo a minha marca nos hidrantes da cidade.
Vacinado, eu vou que vou na fé,
canino maloqueiro, mas sem fazer forfé,
o corpo é magro, mas a alma é robusta,
uma ferrari que vem dentro de um fusca,
sem coleira, eu tô na correria,
meu dono tá no céu, eu chamo de c.h.e.f.i.a.
não adianta me adestrar, me rotular,
cãozinho de madame, eu não quero virar,
com a paciência de um Dalai Lama,
eu não puxo tapete para conseguir a fama,
a carrocinha, não confundo com irmão,
mas vou no sapatinho, para não virar sabão.
Refrão
La cucaratcha! ! que dificilmente tomba,
inseto que sobrevive à radiação da bomba,
a noite em sampa, te levo pro agito,
guiando como quem guiava os mortos no egito,
vou voando a jato no meu proceder
e faço prece pra São Lázaro me proteger,
até o tutano eu tô que tô matuto,
na minha matilha, este é o estatuto,
se eu fosse gente, eu seria o Mazarópi,
pra minha beleza, não carece pet-shop,
tem cão de raça com mó medo de mim,
só porque eu sou feliz, mesmo com pouco dindim.
Tô desencanado desse canil,
ficar preso na raiva, aqui nem me viu!!
eu sou de Deus, mas eu vivo no mundão,
pra mim, cara feia é carência de ração,
com os fulanos, eu tô filando a bóia,
e as felinas, vem falando que sou jóia,
é só saber se enturmar, sem meter mala,
levando a vida, na leveza de um mestre sala,
na visão em preto e branco, enxergo bem, bem,
vou farejando, o meu caminho vai além,
todo arranha céu começa aqui no chão,
esta é a lição de quem conhece o mundo cão.