É tão bom ver o quarto de uma bola de sabão,
Vê-lo afastar-se, sem vontade de voltar.
Se calhar já nem posso
O meu corpo está no chão.
Sei que esta canção
É uma simples canção
E o amor é uma aflição
Bola de sabão
Balão, balão
(Rebentar, vai rebentar...)
É tão bem ver a rua, deste prisma tão esférico,
Ver pessoas e jardins, casas novas, casas velhas,
Pontes e automóveis, estendidos ao sol
Nitidamente imóveis.
Estamos eu, tu e o outros
Agarrados a essa terra, que daqui é bem menor do que ela é.
Amor, por tudo o que és, do céu ao pé.
Tu não és uma flor, tu és uma floresta
Imensa e escura.
És uma casa
Que abriga bichos
Que comem os bichos que te comem a ti,
Mas todos os dias renasces
Como os bichos que nascem
E as plantas
Que crescem
Dentro de...