Meu filho me disse, ó meu pai
Porque gasta noites em claro
Cantando seus versos rasgados
No canto do nosso quarto
Se o samba já esmoreceu
Perdeu sua cadência divina
Meu filho, o que provém de Deus
O homem não discrimina
Menino, o que sabes da vida?
Quantas guerras enfrentou?
Vem, tocar nas feridas
Verás em fim quem eu sou
Se o samba é o ópio do povo
Não há meios de se calar
Enquanto esse povo sofrer
O samba não morrerá
Se a música não te apraz
Não conforta o espírito teu
É porque não sofrestes ainda
Tudo o que seu pai sofreu
Tudo o que seu pai sofreu
Eu guardo pra Deus os meus versos mais sinceros
Talvez nem sejam tão belos
Mas brotam do coração
Quando enfim adentrar ao seu castelo
Vou cantar ao meu senhor
Um pedaço dessa canção
Menino, o que sabes da vida?
Quantas guerras enfrentou?
Vem, tocar nas feridas
Verás em fim quem eu sou
Se o samba é o ópio do povo
Não há meios de se calar
Enquanto esse povo sofrer
O samba não morrerá
Se a música não te apraz
Não conforta o espírito teu
É porque não sofrestes ainda
Tudo o que seu pai sofreu
Tudo o que seu pai sofreu
Ó Deus
Um canto, uma oração
Um verso, uma linda canção
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