No olho da canção
Na janela da poesia
Na noite crua tua nua
Na tua prece, minha cruz, nossa agonia
Nas rugas da juventude imortal
Na madrugada a cegueira da visão
Nos radares que me consomem mais um dia
Maldita teoria que me julga em andar rápido demais
Não foi por acaso
Não foi premeditado
Então o que foi?
Foi o doce amargo engasgado
Que se foi tarde demais
Dedo no pus
Vela chora por queimar
Frente a frente
Pulso pulmões
Vamos voar
Minha fé em tua má fé
“São calos vivos que queimam
Na derme do presente ele brinda
Na sombra o escuro os olhos não ver
Mas a textura pinta”
Não foi por acaso
Não foi premeditado
Então o que foi?
Foi o doce amargo engasgado
Que se foi tarde demais