Quatro horas da manhã.
A última letra se foi
e, com ela, tudo.
Tudo se foi.
Esperava o vazio,
aquele vazio tão conhecido.
Não... nada de vazio. Nada.
"Sinto que te conheço faz tempo
de outro milênio, de outro céu
Diga-me se te lembras
Só no tocar tuas mãos
Posso revelar-te minh'alma
Diga-me se reconheces minha voz
Sinto que podes ler minha mente
Quando me beijas,
diga-me se trago marcas de outrora
Só no tocar tuas mãos
Posso revelar-te minh'alma
Diga-me se reconheces minha voz"
O calor no rosto...
a escolha certa...
a certa escolha.
"Eu não vivo de mentiras". Gritei!
"Eu amo Antônio... amo!"
E ele riu...
Antônio não.
Eu também não.
Preciso dormir...
Hoje é outro dia!
Já é outro dia!...
Pronto! Dez sacolas de lixo!
Em qual delas será que está?
Também não é importante...
apenas um caderno velho!
Um caderno que não diz
nada de importante...
é só um caderno.
Tudo terminou no cheiro forte de cigarro
que se entranhara por todo
o nosso ninho de amor.
O calor no rosto...
a escolha certa...
a certa escolha.