O meu rumo não tem norte
Meu cavalo é meu suporte
Em qualquer lugar que eu ande
Desço dum e monto noutro
Minha vida é domar potros
Nas estâncias do rio grande
A ciência de uma doma
É o tempo que se a soma
Entre golpes de mormaços
Se a vida não ensina
Nem a fé por má lida
Retocando o manotaço
Gineteio pro meu gasto
Nunca fiz cama do pasto
Desde que então sou domador
Mas eu quase perdido
Certa vez por um mulito
Me pateando o tirador
Quando pronta a cavalhada
Deixo mansa e bem tosada
Bem ao gosto do patrão
Do meu pingo ato a cola
Digo adeus e vou me embora
Balaçando um redomão
Adelante nas estradas
Vou domador em outras paglas
Seja lá pra onde for
Trago a mim um deatino
A gaudêncio o destino
Pois o meu é domador