Um setembro estendido, uma várzea alagada,
uma saudade gateada, um sinuelo pra tropa..
O vento se topa no meio da chuva
e os olhos de turvam na tarde lobuna..
Um setembro chuvoso, um cusco teimoso
espantando tropilha na várzea comprida..
E a porteira da frente, onde o baio se vem,
prenunciando tormenta pra judiar o azevém..
Que setembro botado, a tropilha se espanta,
e a voz que só canta assim num chamado,
reunindo o gado na volta das casa,
num tranco de água que desce do céu..
Campeiros regressam de lombo lavado,
de poncho encharcado, de faces surradas,
de almas cansadas, sem causos prum mate
na volta do catre cantando milonga..
Num tranco de água que desce do céu,
na volta do catre cantando milongas..
Só pra cantar umas milongas..
Um setembro gaúcho, o aguaceiro descendo,
e o campo querendo uma trégua da água..
Na várzea alagada o gado se atraca
num compasso de pata campeando o capão..
Um setembro crescente, um rodeio pra cria,
novilhada vazia é tempo de entourar..
É do campo o sustento e do gado também,
pra alma dos home e pros dias que vêm..