Dei ? me licença senhores, deixem eu pintar as cores
Com meu pincel.
Por trás dessa aquarela existe um brasil favela
Feito de papel.
São babás das patricinhas operárias das cozinhas
Faxineiras do patrão.
O vigia do banqueiro, o servente e o pedreiro
Na casa de papelão.
O ambulante e o padeiro o artista sem dinheiro
Os pés e os braços da nação.
Quem mora aqui seu moço, é quem faz sua janta
Quem rega sua planta, quem lava seu carro
Quem limpa seu barro quando você mela.
Quem mora aqui seu moço, é quem cria seus filhos
Quem deixa com brilho seu ouro guardado
E a noite cansado volta prá favela.