na aula de dança
a audácia do par
um grande assombro
tomou conta de nós
um íntimo remorso
à porta do vizinho
uma discreta condenação
serve-me de castigo
não quero o amor
o que me entusiasma é a boa imitação
que ideia tenho eu das coisas
meu ingénuo coração
tento ler nos lábios
por detrás do espelho
um sorriso contrafeito
a tirar a aliança do dedo
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