a gorda do café
muito antiga e perfumada
passe bem minha senhora
que eu não me importo nada
uma rima obsessiva
indecente nas suas maneiras
desligado o motor do carro
as criadas tornavam-se indisciplinadas
vivo do que me dão
nunca falto às aulas de esgrima
e todos os dias agradeço a deus
esta depressão que me anima
o rapaz da drogaria
amarelo e mal tratado
convidou-me a sair
encontrei-o no teatro
uma prosa enferrujada
inconviniente e desajeitada
não encontro vestido que me sirva
já não sirvo para nada
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