Cantador quando vê o uirapuru
Enlouquece e sai pelo sertão
Fica tarde ouvindo o seu lamento
Diz que quer ser planta e virar carvão
O tormento de ver o passarinho
Cai na viola do pobre condenado
Fere e esfola a lama do coitado
Se nesse estado recebe um olhar
Que tenha ao menos algo de emoção
Sua vida perdida desde lá
É a senha que o faz beijar o chão
Ave má que destrói a estrutura
Que cobria o peito do cantor
Era duro e já não tem mais cura
Corpo e alma finados pela dor
Uirapuru, ave má
Cupido maldito
Venha me fazer amar