Vivia nos cantos da sala, da sala vazia,
Sonhos, fantasias, chegava a suar...
E andava na sala, nos cantos,
Entoava uns cantos, não sei decifrar,
Só sei que nos cantos da sala ficava a menina
A se excitar!
Enquanto nos cantos
Seu canto sobre os quatro cantos ficava a ecoar,
Ficava a menina nos cantos da pia,
Nos prantos da noite e do dia a se "alegrar"
Tão cedo não era a menina,
Mas era a moça a moça mulher!
Virara nos cantos da sala
E se transformara e uma qualquer!
E um dia, passado a "alegria"
Ouviu-se um barulho de passos no escuro, não sabe quem é...
E então se passava a incerteza se aquela penumbra era homem ou mulher...
Foi quando que braços bem fortes,
Respiração forte envolveu-lhe o ser,
E entrando no canto escuro,
Entregou-se de fato se o conhecer,
Saía dos cantos da sala não mais precisava se estimular,
Passara dos cantos da sala, pro centro do quarto,
Pois aprendera a amar!
Tão cedo não era a menina
Mas era a moça a moça mulher
Virara nos cantos da sala
E se transformara em uma mulher!