Lá no mato verde
Corre lá, vai ver
Tem uma poça d’água
Tem uma moça que
Coara a sua roupa
Lava sua mágoa
Molha os seus pés
Com a lágrima do zóio seu
Toda água existe pra tentar matar a sede
Todo peixe preso luta pra fugir da rede
Toda dor tem cura
Todo amor enlaça
Toda vida é eterna
E, no entanto tudo passa
Sempre que me lembro da vida no meu sertão
A lua nascendo, clareando a escuridão
Olho para o alto
Me dói a saudade
Eu não sou daqui
Sou filho da eternidade