Não há mais pátrias ou algum buraco
Pra compaixão de quem abandona
Pra integridade de quem destrói
Pro impassível olhar de quem machuca
Não há mais olhos nem admiração
Pra beleza de quem cria o vazio
Pro sorriso de quem aterroriza
Pra forca vã de quem só causa a dor
Não há mais chances e tampouco respeito
Pelo feérico sono dos previdentes
Pela serena respiração dos tiranos
Assassinos, covardes, mandantes
Não há mais tempo e ouvidos pra ouvir
A inteligência de quem aniquila
A sabedoria de quem paga por tudo
A lucidez de quem castiga
Não há mais páginas no livro de acreditar
Na segurança de quem de quem aprisiona
Na memória fria de quem pressiona
Na gratidão de quem esquece
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