Quando alguém entrar sem bater, sem avisar,
Não vai ser difícil me surpreender
Longe de se alcançar, sem se abrir ou escutar,
Planejando um treco, planejando um grito pra dar -
Um grito assim:
Feito pra se clamar, pra atrever e assustar,
Bom pra ser comprado, bom pra revender.
Porque ouvi falar de sobriedade e distinção
E eu até concordo, mas toda anuência também
Tem o seu fim.
Causa disso, agora vai ter
Pra quem se meter com o tesão que sentimos,
Tesão de gostar de coisa ruim,
De não saber falar pra três
E não querer virar zé lá da foto.
Tesão de zombar da formação,
Pegar, torcer e enfiar,
E só esmerar a nossa vocação pra inimigo.
Quando alguém entrar sem bater, sem avisar,
Não vai ser difícil atirar-lhe o abajur.