Ela quer abrir a porta,
fechar os olhos e pular,
não há mais portas para a humanidade,
nesta vida.
É preciso apagar a luz e pedir
a ela que se deite.
É preciso apagar a luz e ser
o animal para dormir.
(solo)
Refrão:
Ainda que ela tivesse flores nos cabelos,
e suas mãos não tecessem apenas roupas sujas.
Ainda que ela tivesse gritos continuos,
e sua voz contrariasse a amplidão dos excluídos.
(solo)
Ela quer fechar a porta,
abrir os olhos e sorrir.
Ela quer contar meninos,
correndo no parque.
São tantos animais em volta deles.
São tantos olhares vazios,
nessa manhã de março.
(solo)