Acolhido pelo estado, aliado dos mortais,
Destinado ao consumo e, em suma, apenas sou mais um
Sonho com o que é possível, nada além do trivial,
Atolado no comum, de braços dados ao normal
Algo me tortura e cega, mas eu não sei bem o que
Tenho medos e receios e não sei pra onde vou...
Ganho menos que mereço, penso em larga produção,
Faço o lucro do comércio imerso em minhas pretensões
Protegido pela igreja, indo rumo à salvação,
Acredito no que vejo e não enxergo o que é real
Que angústia toda é esta? não consigo descobrir...
Sobre o que não me abandona e aprisiona o meu viver...
Acho que está tudo certo, mas, de certo, nada sei
O culpado por meus erros não é nada além de mim...