Onde é que você vai com tanta pressa
Com esse ar de quem tem muito o que fazer
Se eu posso lhe pedir alguma coisa eu lhe peço: senta
aqui
Como um dia eu sentei naquele poço
E a amizade visitou meu coração
Fui amigo e o esposo que faltava e hoje pode ser
também assim
Os seus olhos me revelam tanta sede e não sou
indiferente a sua dor
Mas tem coisas que não faço, não são minhas, dependem
somente do seu querer
O milagre se dará por duas vias
Uma é minha e a outra deixo pra você
Se você trouxer a mim a sua água eu devolvo vinho
Chega mais perto, não tenha medo
Não diga nada, silêncio é palavra que não faz segredo
Se for preciso enxugo o seu rosto
Lágrimas são fragmentos de história que posso
entender
Eu lhe vejo entrelaçado em tantos erros
Machucando tanta gente sem saber
Infeliz vai se tornando pouco a pouco, por favor,
queira voltar
Não prometo dar-lhe um jardim de flores
Mas prometo a força pra poder plantá-lo
E asseguro no cultivo estar bem junto, se preciso, lhe
consolar
Cantaremos a semente germinada, podaremos o que não
puder crescer
Cada poda há de ter ensinamento eu vou lhe ajudar a
compreender
Sou o verbo do princípio feito carne
Sou o Deus que resolveu ter coração
E hoje está sentado à beira deste poço
Mirando o seu rosto, na voz deste moço, lhe dando um
recado
Que se for possível espero visita, não tarde em
chegar
A casa é a mesma, o mesmo endereço, espero por lá