Ê sertão, de gonzaga a jackson do pandeiro
Ê sertão, ariano, patativa e lampião
Poeira quente, mormaço do chão
E a saudade que invade o meu ser
Poetas e guerreiros, vivem lá no meu sertão
E trazem paz interior pro meu coração
A luta continua e você não ver
Só acredita no que lhe convém aparecer
A flora ta morrendo a fauna definhando
E tem governador que não ta ligando
A fome ta crescendo, miséria aumentando
Me diz ai poeta, qual será o plano?
Deus salve o meu nordeste
Salve da seca do abandono, salve da solidão
Quando dizem que temos pobreza, atribuem à natureza
Contra isso nós dizemos não
Pois nós temos é fartura do litoral ao sertão
Embaixo e em cima do chão
Procure por aí afora
Cabra que acorda antes da aurora e da enxada lança mão
Procure mulher com dez filhos que quando a palma não alimenta ,
bebem leite de jumenta e nenhum dá pra ladrão
Procure por aí quem melhor que a gente canta,
quem melhor que a gente dança, maracatu xaxado e baião
Procure no mundo uma cidade com a beleza e a claridade do luar do meu sertão