Povo dessas ruas
Que anda que luta
No meio da esperança
No meio da labuta
Nos barracos sem reboco
Nas ruas, nas calçadas
Nos olhos sem tanto brilho
Nas bocas de pouca fala do povo
Povo dessas matas
Que anda que luta
Entre o verde e os galhos
Nomeio da labuta
Sob a palhoça ornamentada
No quintal de chão de pedras
Nas mãos que cravam a enxada
Nas pernas que andam léguas do povo
Povo dessa cidade
Que anda que luta.
Entre edifícios e automóveis
No meio da labuta
Sobre o solo de asfalto
Das avenidas largas
Nos olhos enfumaçados
Nas mentes estressadas do povo
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