Eu e o Beto Sem-Braço
Mais compadre Almir Guineto
Fomos fazer um sanhaço
Na caxanga do Aniceto
Que era mais ou menos perto
Ali de Parada Angélica
Mas no meio do trajeto
Houve uma coisa tétrica
Surgiu no céu um objeto
Brilhante, de forma esférica
Isso se deu no trajeto
De Saracuruna a Seropédica
Saracuruna-Seropédica
Uma fisgada no baço
A pressão baixou direto
Senti no corpo um cansaço
Que me apagou por completo
E já dentro do objeto
Vi luzes psicodélicas
E uma voz saiu do teto
Cavernosa e cadavérica
Mas num português correto
Me falou coisas herméticas
Isso se deu no trajeto
De Saracuruna-Seropédica
Saracuruna-Seropédica
Quando desci lá do espaço
Vim versando em dialeto
Todo fora do compasso
Tudo errado e nada certo
Foi aí que o Aniceto
Numa tirada profética
Disse que o estranho objeto
Roubava veias poéticas
De partideiros espertos
Para transplantar lá na América
Isso se deu no trajeto
De Saracuruna-Seropédica
Saracuruna-Seropédica
Aunque los mercaderes capitalistas
Inventen, a cada momento, nuevas modas populares,
Las distintas musicas del mundo seguirán em aumento,
Y el samba seguirá su incesante evolución