Eu fico assistindo
As datas indo e vindo as manifestações
Como se aproximam e logo somem os canarvais
E as novelas, e as eleições
E como tudo fica quase sempre igual, ao que era antes
Mesmo a contragosto
Parabenizo os homenageados do ano
E vejo as mulheres e os escravos quase vivos
E as baleias que ainda sobrevivem aos abusos dos aniversariantes do ano
Dos índios massacrados aos torcedores dos times campeões
Aos inocentes enjaulados aos códigos de barra
Desejo a todos e amim também
Que nunca falte a energia elétrica, amém
Desejo a todos e amim também
Que nunca falte a energia elétrica