Eu tenho o sol, a terra, a serra
O tempo, o vento, até tormento
Sofrimento e dor
Eu tenho o mundo que encandeia
Das areias sem nascentes, quentes
Vivas de calor.
Eu quero joão e devoção
Sertão, maria e família
Destes meus irmãos
Todos comungam pra raimundo jacó
Irmão vaqueiro
Morto sem explicação.
Aqui no fundo da caatinga tem,
Missa e oração
Vaqueiro, deus e o sertão estão,
Em tempo de comunhão
Devoção, união e o perdão
É pra raimundo jacó
Nossa comunhão.
Nem bem a barra vem quebrando
Aboiando e pelejando
No trabalho estou
Aqui no coice da boiada
Esta vida estrupiada
Dá-me força e destemor.
Eu quero deus que me alimenta
E que me faz tá na pobreza
Sem dizer um não;
Quero também ser um vaqueiro
Das caatingas o primeiro
A chegar pra comunhão.
Aqui no fundo da caatinga tem,
Missa e oração
Vaqueiro, deus e o sertão estão,
Em tempo de comunhão
Devoção, união e o perdão
É pra raimundo jacó
Nossa comunhão.
Quero abraçar e comungar
Participar e ser palavra e lavra
Do sertão.
Dar um aboio de tristeza
Que o mundo e a natureza
Vejam a minha solidão.
O pão divino vem na missa
E no alforje do vaqueiro
O pão da terra está,
Tem carne assada, tem farinha
Tem queijo com rapadura
Vida dura pra contar.
Aqui no fundo da caatinga tem,
Missa e oração
Vaqueiro, deus e o sertão estão,
Em tempo de comunhão
Devoção, união e o perdão
É pra raimundo jacó
Nossa comunhão.