O tempo parte e corre como o rio
cavaleiro amado
que não chora, que não grita
encerrado no mutismo dos condenados
Preso eternamente na lembrança das coisas que não
foram feitas
O tempo parte e quebra como a bilha
equilibrada na cabeça
Que não pensa,
como fenda entreaberta na janela do Madeira
Rio Madeira... rio Madeira...
O tempo parte e acaba com o rio
e a lousa verde do mato,
onde a febre seca as bocas,
queimando galhos e troncos
na louca dança das serpentes,
das serpentes, das serpentes...