Duvido quem que não gosta
De uma viola bem tocada
Em uma festa na roça
Na noite enluarada
Quem não gosta de pescar
Uns peixinhos com anzol
Eu via o gado berrar
E o lindo brilho do sol
Duvido quem que não gosta
De morar no pé da serra
Em uma simples palhoça
Sentir o cheiro da terra
Levantar de manhãzinha
E ver o céu azulado
Cumprimentar a vizinha
Que mora na casa ao lado
Duvido quem que não gosta
Do cantar do urutá
Andar em uma carroça
Puxada por dois cavalos
Pela estrada boiadeira
Barranco de lado a lado
Sentindo o cheiro da poeira
E o cheirinho do gado
Quem nasceu para viver
Em plena simplicidade
Não deseja conhecer
O progresso da cidade
Gostar de um carro de boi
Cantando no chapadão
Daqueles tempos que foram
Só deixou recordação