As máquinas choram
As máquinas uivam como lobos feridos
As máquinas uivam
As máquinas chiam
As máquinas fervem
As máquinas choram...
Ah! Essas máquinas
As máquinas latem
As máquinas grunhem
As máquinas falam com suas vozes de máquinas
As máquinas chiam
As máquinas fervem
As máquinas choram...
Ah! Essas máquinas...
As máquinas são seres sem graça
A pura desgraça e desdenho dos homens
E lutam, ameaçam, estalam
São coisas que vivem e não valem o que comem
Ah! Essas máquinas
E seguem pela madrugada expelindo fumaça
E um mal-cheiro tamanho
São máquinas com vozes de máquinas
que insistem em poemas de um contraste enfadonho
são vozes com vozes de máquinas
que imitam os granidos dos cães e dos homens
são coisas de espíritos frios
um calor tão sombrio que perecem que somos