Estrela de veludo
Vã de quase tudo
Negra como os olhos do meu bem
Estrela pequenina
Cisco na retina
Tateando o além do além do além
Minha estrela errante
Solta do barbante
Desse imenso céu de papelão
Estrela desastrada
Sai na madrugada
Desgarrada da constelação
Minha estrela displicente
Quase esquece de brilhar
Como a dor que a gente sente:
Nasce, cresce e vaga
Estrela de tijolo
Seca, sem miolo
Nem casca de luz pra disfarçar
Estrela de resina
Doida lamparina
Pedra de neblina no olhar
Estrela de arame
Quando? Em que andaime
Deixaste guardada a tua luz?
Estrela de betume
Como? Qual cardume
De impossíveis astros te seduz?
Minha estrela inconseqüente
Quase esquece de brilhar
Como o amor que a gente sente:
Explode, expande e apaga
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