Eu sou um homem doente / que encontrou a mais bela Alegria / em tornados de Melancolia / Eu sou um homem doente / que entre tantos presentes / ousou ganhar o Desespero / e cultiva-o com um tal zelo / com uma tal dose de amor / que o meu universo sem cor / ganha doçura , perfume e beleza / e no lodo onde meu sonho rasteja / continuo buscando a Loucura / e graças a esta procura / hoje sou um homem doente
COMENTÁRIO: Eu ousei sentir minha enfermidade no mais profundo.Mergulhei enlouquecido no lodo , no rastejante lodo do crime e do vício , desejei as maiores torpezas do espírito, as fraquezas mais baixas, ultrajantes. Não satisfeito, busquei o mais essencial da corrupção humana, ansiando esgotá-la , até cair sem forças no chão, agonizante e cheio de úlceras,
dominado por uma hilariante e odiosa alegria, uma alegria que se manifestou através de lágrimas do mais puro desespero e paixão, enlouquecido, consumido , o ridículo irmão órfão de tudo aquilo que se venerou como Belo , Bom e Justo ... o resultado desta feliz loucura foi esta poça de pus dotada de pensamentos negros e um coração que não mais sabe amar de forma pura. Esta poça tão fedorenta é a doença, e a doença sou eu.