Não faço sonetos
E nem teoremas,
Não faço duetos,
Tão pouco poemas.
Pra você não faço nada
Que vale a pena.
Não, não devemos chorar.
Não, não devemos amar.
Não, não devemos olhar
Nos olhos que estão
A procura dos olhos que estão.
Não sou astronauta
E já não corro mais
Não faço muita falta
Você faz bem mais
Você faz bem mais você.
Não, não devemos chegar.
Não, não devemos tocar.
Não, é possível estragar
Com as nossas mãos as mãos
Que procuram as mãos que procuram.
Não, não astronauta
E nem teorema
Não faço muita falta
Tão pouco, poemas.
Pra você não faço mais
Nada que vale a pena.
Não.
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