Vê-se já a alma dos campos
Do madrugada campeiro
Quando o sereno da aurora
Enfeita a teia de aranha
Seguindo o velho ritual
A romaria do gado
Deixa um poema estendido
No pasto ainda molhado
Lá na várzea feito contas
As garças sobre a lagoa
Contrastam vestidos brancos
Contra o verde das taboas
Entendo a alma dos campos
E toda sua poesia
Do sol madrugando a vida
Ao matiz do fim do dia
Aos olhos de um campesino
A Natureza é fiel
Bordando o véu das retinas
Ou flores doces de mel
E ao cair da Ave-Maria
Boto o chapéu contra o peito
E bendigo a Mãe Divina
Por fazer tudo perfeito
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