Quando somos crianças
Pensamos além
Criamos os monstros
Da própria imaginação
E quando crescemos
Nós vemos o real
Os monstros de antes
Cresceram também
Cinco, dez anos
Passaram e mudaram
Nossa pureza e inocência
Foram deixadas de lado
Imagens no espelho
São auto retratos
Das angústias destorcidas
Dos restos humanos
Retalhados pelo tempo
Da pura escrotice
De quem luta contra imagem
Sem ter nada a perder
E a nossa carne se esfarela
Com os vermes do tempo
A inocência da infância
Retrocede jamais