Meu olhar, minha visão é de guerra
Artificial é pra quem se ilude com novela
A violência banal assola as favelas
Quem é de atitude contra o descaso se rebela
Questiona, protesta, põem o dedo na ferida
Não somos nos do gueto que criamos as injustiças
A precariedade, o apartheid social
A divisão de classe, a segregação racial
A periferia perdendo sua identidade real
Vivendo de ilusão no paraíso artificial
Do mundo consumista, ostentando falso poder
A futilidade capitalista nos faz retroceder
Enquanto cresce a força do fascismo
O governo fecha escolas constrói presídios
Faz política de criminalização da pobreza
De higienização social, de repressão e violência
Tira verba da educação, investem em policiamento
Reprime com estratégia de guerra os movimentos
Nessa luta de classe, sou insurgente da favela
Meu olhar, minha visão é de guerra
Inflamando a insurgência na luta de classe
Desobediência, resistência, combatividade
Subvertendo a ordem, montando barricadas
Somos o povo forte na luta revolucionaria
Nesse combate disparo rimas revolucionarias
Nosso rap militante é arte politizada
Seja nos morros, favelas, periferias, guetos
Nas trincheiras de libertação, nossa arma é o conhecimento
A revolta do oprimido vem como consequência
As revoluções derrubam e destroem sistemas
Um mundo melhor com igualdade e justiça
Não são só palavras são perspectivas
Que faz do meu rap um rajada de catarse
O vírus revolucionário, através da sonoridade
Rap anticapitalista, filosófico, contundente
Libertário, engajado, ousado, consistente
O conhecimento critico contra a alienação
Contra a cultura da obediência e da submissão
Quebrando as correntes da servidão moderna
Meu olhar, minha visão é de guerra!