Lacei um touro brazino,
Num tordilho redomão,
Que se arrastou corcoveando,
Não pude "livrá" o tirão
Me fui longe, gineteando,
Tirando algum sestro e balda,
E o matreiro foi pra o campo,
Com o meu laço a meia espalda
Lembrei dum amor que eu tinha,
Indo um pra cada lado,
Vi o laço que nos prendia,
Na presilha, rebentado
Senti saudade da trança,
Daqueles lindos cabelos,
Que me traziam na cincha,
Sem precisar de sinuelo
Já fui matreiro e sem doma,
Rebentador de presilha,
De não parar no rodeio,
E nem formar com a tropilha
Mas a gente se costeia,
Um dia froxa o garrão,
Vem lamber o sal mais doce,
Do cocho do coração
E se um dia eu for guasqueiro,
Do couro desse brazino,
Vou trançar um laço forte,
Pra "arrematá" o meu destino
Quem sabe ela me perdoe,
E faça eu virar de frente,
E as braças do nosso amor,
Nenhum tirão arrebente.