Vivem mortas todo dia
Pelas ruas e avenidas
Roubam, vendem pra viver
Tem na morte companhia
Dia a dia e sempre nada
Só os restos na calçada
Vida dura de viver
Na sarjeta uma casa
Crianças irão morrer
Quando o sol nascer
Seu futuro é de papel
Que garante a comida
Brincadeiras de bordel
Hora extra garantida
Seus olhares tão sombrios
Suas mentes dissecadas
Sempre um sonho tão sombrio
Lindas almas tão penadas
Crianças irão morrer
Quando o sol nascer