Na fronteira do que era sim e agora não
É uma Terra de Ninguém
Então, logo impera o Tao de uma civilização
Nas cavernas do meu coração
Fora do eixo e o que for
Foragido daquilo que sou
Estou fora de si e tão só
Estrangeiro de body and soul
Atenção!
Num deserto vai se transformar
O oceano que vira sertão
No sertão que vai ser outro mar
Finalmente, quando for acontecer
Vem, pra ver que ser é o dom de errar
Também de ir além
Do que há de ser de transbordar
Para o princípio
Vem, pra ver que ser é o dom de errar
Também de ir além
Do que há de ser pra desdobrar
Vão as dunas encobrir remanso e mansão
São lacunas de desolação
Submersas as colunas sós sobraram em vão
Pelos mares da imaginação
Debaixo d’água e do céu
A cidade e o silêncio eram um só
As Pirâmides, o Coliseu
E o esqueleto de um Shopping Center
Solidão
Que sem ter todo mundo ficou
E com a lógica ao nível do chão
Os olhares gelaram de cinza
Mas se não tiver mais nada que fazer?!
Vem, pra ver que ser é o dom de errar
Também de ir além
Do que há de ser de transbordar
Para o princípio
Vem, pra ver que ser é o dom de errar
Também de ir além
Do que há de ser pra se encontrar
Com fúria e som irrompeu
Do alicerce do cerne do ser
O Vesúvio, no seu apogeu
Acabando com tudo que havia
O Pilar
Que apoiava a ciência de si
Consumiu-se tentando domar
O incêndio de Alexandria
Apagou
Da memória o que fosse lembrar
O gigante, que o céu carregou
Sobre vértebras e omoplatas
No afã
Por tentar, contra Zeus, fazer mal
Com vergonha envergou-se o Titã
Era o fim pra ganância de Atlas!
Pode ser que sobre ainda o que colher
Vem, pra ver que ser é o dom de errar
Também de ir além
Do que há de ser de transbordar
Para o princípio
Vem, pra ver que ser é o dom de errar
Também de ir além
Do que há de ser pra se dosar