Quando ponteio nas cordas dessa guitarra
feito cigarra milonguenado em fim de tarde,
tiro das furnas solidão e madrugadas
e noite a dentro cabresteio uma saudade.
Flor de parceira que me abraça de mansinho
e traz carinhos pra espantar a solidão
no tranco manso uma saudade tafoneira
se faz boeira repontando uma paixão.
Este Cambicho
que me leva aos braços dela
pelas veredas de algum sonho aporreado,
me faz costado nas milongas que ponteio
e me acompanha no sem fim das madrugadas.
Na cantilena de algum sonho povoeiro
me fiz ponteiro para compor esta canção
e a lua cheia, gavionando em corredores
fala de amores, transbordando inspiração.
Nessa guitarra enfreno a tropa de meus versos
e campo a fora, domo um sonho redomão
pois este inverno, se achegando caborteiro
sopra minuanos nas frinchas do coração.