Eu sou da linhagem
Do povo do Kêtu
Quem me concebeu
Deu-me seu amuleto
E me ensinou
A linguagem do vento
Que conta os segredos
De toda a Guiné
Eu sou também
Curumim desse verde
Por onde aprendi a viver sem parede
E balançar os meus sonhos na rede
Traçada de flor na mão do pajé
Essa mistura
Cafuza que tinge meu peito
Dá esse jeito
Quimbundo com aimoré
Foi nas malocas
Que o amor deu um nó tão perfeito
Unido pela pele, a palavra e a fé
Eu tenho um pé no Xingu
Outro em Aruanda
Nenhum comanda, eu me vou
Só por onde Deus quer
A folha de tamba-tajá
Enfeita o gogá de Iansã
Eu sou peji
De Iemanjá e Tupã