Num corte rápido e sensato o sangue escorre pela carne lubrificando
O eixo da máquina que acomoda e atrofia pernas e braços subordinados
Que vai perdendo a cada dia a vontade de viver
E se esquecem e não se importam com o que devem fazer
Pra não deixar os seus herdeiros do mesmo jeito morrer
Meu coração não é de aço
Engrenagens não vão tirar o meu valor
Enquanto o patrão atrás de uma mesa calcula os lucros de sua avareza
Esquece o sol que bate á janela
A soma, a matéria é tudo que enxerga
E chamam isso de vida
Por que o que tem não basta
O olho cresce na mira
Quer sempre mais e mais
Nunca enche a barriga
Inverte a maldição mas não desfaz o castigo
Sacrifica o suor cospe na cara e humilha
E humilha.