Antes você era anormal por aceitar
Hoje já pode ir pra prisão se discordar
Uma mulher bonita, um homem elegante
Uma longa espera é um fardo angustiante
Quem te chamou aqui? Vá embora, deixa quieto!
Eles pouco se importam se já foram descobertos
Só eles tem poder para julgar a si mesmos
Nós estamos a mercê de seus egos enfermos
É incrível que entrenós haja tantos defensores
Perseguindo de graça seus iguais sofredores
Quem mudou as regras? Quando isso aconteceu?
Um legado estendido nos longos braços de Morpheum
São novos conceitos, tantos valores diferentes
É preciso adaptar-se pra não sofrer com seus repentes
Um homem bem vestido, uma mulher insinuante
Jogos de interesse, paz, amor e borbulhantes
Luzes de natal, ovos de páscoa, propaganda
Comércio colorido de sonhos novos e esperança
Brotam desse chão a verdades e mentiras
Que nos elevam derrubando nossas vigas
Ou vocês flutuam ou serão soterrados
Pensadores modernos aboliram o que era errado
É uma nova era de velhos tempos
São velhos tempos de uma nova era!
Antes quem roubava era bandido, era otário
Hoje vive bem à custa do nosso trabalho
Qual a diferença entre um político e um meliante
Se para ambos é igual, o mesmo modus operante?
Você trampa o ano inteiro com o suor a sua testa
Cinco meses de impostos eles levam, fazem festa
Você rala um bom tempo pra adquirir algo melhor
Ladrão invade sua casa, leva seus bens de uma vez só
Eles sorriem, te abraçam e conquistam o seu voto
Depois se tornam inacessíveis, somem pra um lugar remoto
Delinquentes torram tudo com drogas, mulheres e carros
O que antes era seu se perdeu, ficou o estrago
Você recorre à justiça, e depois se arrepende
A justiça é fraca, é lenta e pouco eficiente
Você reza pra algum deus, o seu último recurso
Depois volta ao trabalho pois esperar é inútil
Eles vivem um céu na terra
Você está feliz com o que não tem?
Eles levam sua paz, sua vida
Você espera algo que nunca vem!