Oh que nobre, oh que nobre marinheiro
Bem ligeiro na espada
Da esquadra o primeiro
Ele era negro, falava língua estrangeira
Tinha uma companheira
Mas gostava era do mar
Desde criança sonhava com essa doideira
Pois queria a vida inteira
Na Marinha se alistar
Todos sabiam, era um nego bem danado
Homem bom, bem comportado
Amigo de oficiais
Por isto mesmo, pra Inglaterra foi mandado
Pra trazer o já comprado
Navio Minas Gerais
Oh que nobre, oh que nobre marinheiro
Bem ligeiro na espada
Da esquadra o primeiro
Mas teve um dia que ele não viu solução
Pra toda aquela aflição
Do marujo castigado
E foi aí, que ele tomou a decisão
Reuniu a guarnição
Pra vingar o tal pecado
E combinaram uma revolta na surdina
Se lançaram nesta sina
E saíram triunfantes
Por ser o líder, que assume, que ensina
Os marujos com estima
Lhe fizeram almirante
Oh que nobre, oh que nobre marinheiro
Bem ligeiro na espada
Da esquadra o primeiro
Era João Cândido almirante sem vanglória
Sempre rumando à vitória
Sua causa com amor
Não quis a fama, não teve medo da história
Fez da vida uma pretória
E mostrou o seu valor