Eu tenho uma amiga uma garça branca
Linda e solitária
Que habita as barrancas
Entre o Mato Grosso e o Paraná
Quando o sol desponta tingindo de rubro
As águas do rio
Surge a garça branca contrastando
As cores vivas do lugar
Uma sinfonia invade meus olhos
Quando a passarada
Junto a garça branca vão formando
A pauta da minha canção
E quando a chalana singrando entre as ondas
Some na distância
Um ledo lampejo
Tinge de esperança minha solidão
Num vôo rasante quando entardece
Vai a garça branca
Em busca do ninho
Eu aqui sozinho
Lembro a amargar
De quem nunca teve ninho prá buscar
E a solidão de quem nunca teve
Alguém para amar.