Geraldo Mouzinho e Cachimbinho - E o Pobre é Quem Se Desgraça Şarkı Sözleri

Ô sabiá, beija-flor
Onde vai fazer teu ninho?
Num trancado de espinho
Que ninguém possa passar

Quando é tempo de eleição
O pobre ganha valor
O rico lhe aperta a mão
Chamando 'meu eleitor'
Marca um voto para mim
Num voto em gente ruim
Mas depois que o pleito passa
Rico saiu eleito
Fica ele satisfeito
E o pobre é quem se desgraça

Ô sabiá, beija-flor
Onde vai fazer teu ninho?
Num trancado de espinho
Que ninguém possa passar

Um rapaz pobre se casa
Com uma menina bela
O rico é quem manda brasa
Com os olhos em cima dela
E chamando ela de dona
Lhe oferecendo carona
Da casa dela pra praça
Lhe promete promessa
Leva ela na conversa
E o pobre é quem se desgraça

Ô sabiá, beija-flor
Onde vai fazer teu ninho?
Num trancado de espinho
Que ninguém possa passar

O nosso Nordeste clama
As coisa ta sem estilo
Se mandá pesar um quilo
Só vem novecentos grama
O nordestino reclama
Desde o sítio até a praça
Até o feijão na caça
Tá um preço de lascar
O rico é quem pode comprar
E o pobre é quem se desgraça

Ô sabiá, beija-flor
Onde vai fazer teu ninho?
Num trancado de espinho
Que ninguém possa passar

Se aparece um concurso
De emprego no Nordeste
O pobre às vez tem curso
Entra pra fazer o teste
O rico curso não tem
Entra no teste também
E é o primeiro que passa
Às vez o pobre é formado
Perde pro rico atrasado
E o pobre é quem se desgraça

Ô sabiá, beija-flor
Onde vai fazer teu ninho?
Num trancado de espinho
Que ninguém possa passar

O rico vai pro hotel
Almoçar filé de gado
O pobre é sarapatel
De porco mal cozinhado
Feijão fedendo a barata
Pão de milho com batata
Feijão fedendo a fumaça
O rico não sofre nada
Explico meu camarada
E o pobre é quem se desgraça

Ô sabiá, beija-flor
Onde vai fazer teu ninho?
Num trancado de espinho
Que ninguém possa passar

Até na hora da morte
Pobre é desprestigiado
O rico céu tem transporte
O pobre vai rebocado
Subindo de déu em déu
Bate na porta do céu
Diz São Pedro
Aqui não passa
Do rico o céu é moderno
Você desça pro inferno
E o pobre é quem se desgraça

Ô sabiá, beija-flor
Onde vai fazer teu ninho?
Num trancado de espinho
Que ninguém possa passar