Floreou a gaita
Se esvaziou o banquerio
E a indiada toda partiu
Direto à um corpo moreno
E eu me fui junto
Que nem burro de mascate
Fiz ela dobrar o alcatre
E empurremos com os dois remos
Fui chacoaiando
Que nem balaio de rengo
E a china cheia de dengo
Nos meus braços corcoveava.
Já fui cantando
Que nem cego em rodoviária
E a próxima meia otária
Me ouvia quase chorando.
Mas e que noite de amor
Mas e que noite das buenas
Chego a sonhar no calor
Dos braços desta morena
Mas e que noite de amor
Mas e que noite das buenas
E se amar é pecado
Deixa que Deus me condena.
Cantei as penas
Bem aonde sai a cera
Fui aparpando a parceira
Sentindo as curvas do corpo
A pobresinha
Pulava que nem macaco
E eu fui preparando o taco
Com espírito de porco;
Parou a gaita
Começou a esvaziar a casa
Pior que formiga de asa
Saindo do formigueiro;
Levei um talho
Que até hoje tenho a marca
E acabaram minha fuzarca
Com a filha do gaiteiro.
Mas e que noite de amor
Mas e que noite das buenas
Levei um talho na quincha
Que aparou a minha melena;
Mas e que noite de amor
Mas e que noite das buenas
Chega a me dar frouxura
De lembrar desta morena.
Depois que inventaram a
pólvora piquete e a vaselina
não tem homem macho,
nem coisa apertada.