Quem sabe se em algum lugar um sapo ri à-toa?
Quem sabe se aventurar, ir no mar de canoa,
sem naufragar?
Quem sabe aproveitar o vento sobe ao céu e voa
Pra outro lugar
Quem sabe a gente se cruzar num bar da João Pessoa
Sem se encontrar?
A cidade é sempre tão igual
A mesma foto no postal
O pôr-do-sol da capital
Quem sabe se o sol não queimasse à beira da lagoa
Eu fosse pescar?
Quem sabe a terra fosse a terra da minha lavoura
Pra capinar?
Quem sabe a tempestade não passasse de garoa
Pra nos molhar?
Quem sobe a serra é caminhoneiro ou tem a vida boa
E vai descansar
A vida é sempre tão igual
Uns ganham bem, outros tão mal
Ao pôr-do-sol da capital