Eu quero um começo história,
É que eu não sou bom de memória,
Esqueço do almoço, da fruta o caroço,
Arroto no final.
Degusto uma bunda na tela,
Sou fraco, sofá como cela,
Humor por um fio,
Aceso o pavio no ato final.
Meus dedos, controle remoto,
Mudando o que eu não quero ver,
Sou antes de tudo bandido,
Da tela banido, mocinho venceu.
Eu quero um final de história,
É que é pra ficar na memória,
Comer qualquer coisa,
Não vale ser noiva,
Amor é banal.
O sexo marcando a novela,
Um clipe na tela,
O frango e a vaca,
Me sinto um babaca ouvindo o jornal.
Meus dedos são todos marcados,
Relaxam encostados na minha fraqueza,
Sou antes que alguém me rotule,
Sou xícara, bule de chá sobre a mesa.
Um objeto qualquer
Que alguém esqueceu de lavar,
Imundo jogado, no fundo folgado,
Sou fera.
Um objeto qualquer
Que alguém esqueceu de guardar,
Imundo jogado, no fundo folgado,
Sou fera.